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Missão e História

A celebrar 129 anos, o São Luiz Teatro Municipal assume-se como um teatro da cidade para a cidade, de todos e para todos, procurando ter um olhar atento à cultura portuguesa e às culturas do mundo.

Alicerçada nas artes performativas, a programação do Teatro São Luiz desenvolve propostas diversificadas, desafiando artistas através de encomendas e coproduções. Não querendo extinguir-se na produção e apresentação de espetáculos, procura ser uma plataforma atenta às diferentes fases do processo criativo – residência, criação, produção, difusão – a que se acrescenta a componente primordial de relação com os públicos. Inscreve, ainda, na sua missão os princípios de cooperação, partilha e solidariedade, com programas estratégicos que visam facilitar o acesso à cultura por parte dos habitantes de Lisboa, através de uma política de acessibilidade e de valorização do património material e imaterial.

Desde a sua reabertura, a 30 de novembro de 2002, o São Luiz Teatro Municipal assume como missão a entrega à cidade de um Teatro vivo, com público, enérgico, com centenas de sessões por temporada, por vezes em três apresentações diárias entre a Sala Luis Miguel Cintra, a Sala Bernardo Sassetti e a Sala Mário Viegas.

 

História

A história do Teatro São Luiz começa em 1892, sob o impulso do ator Guilherme da Silveira, ano em que é constituída uma sociedade para a edificação de um teatro, na antiga rua do Tesouro Velho (desde 1907 chamada António Maria Cardoso) em terrenos pertencentes à Casa de Bragança. Preside o Visconde de São Luiz de Braga, título atribuído pelo Rei D. Carlos I em 1891, com Celestino da Silva, Alfredo Miranda, Alfredo Waddington e António Ramos, familiar de Ramalho Ortigão. Em 22 de maio de 1894, cumprindo um projeto do arquiteto francês Louis-Ernest Reynaud modificado em Lisboa por Emílio Rossi e com um fresco do cenógrafo Luigi Manini, é inaugurado o Theatro D. Amélia, no dia do oitavo aniversário do casamento da rainha com D. Carlos I. A estreia faz-se com a opereta A Filha do Tambor-Mor, de Offenbach.

Dois anos depois, pequenos filmes começam a ser projetados ao intervalo e no final da peça de teatro em cena, tornando-se o Teatro no segundo espaço em Portugal (depois do Real Coliseu) a apresentar ao público português o cinema, à época chamado Cinematographo: A Photographia Animada. Numa tela, atrás da qual é colocada uma máquina de projeção, veem-se filmes todas as noites – entre eles, a primeira imagem portuguesa registada em filme — A Boca do Inferno em Cascais, de Erwin Rousby.

Em 1898, a atriz Eleanora Duse atua neste palco, que, um ano mais tarde, recebe Sarah Bernhardt. Em 1902, faz furor a presença de Julia Bartet, no ano em que também é representada A Ceia dos Cardeais, de Júlio Dantas, pela Companhia Rosas & Brasão, ali sediada. É também aqui que, em 1906, a atriz Palmira Bastos protagoniza Vénus, com grande êxito, e onde, mais tarde, terminará a sua carreira com a peça O Ciclone (1966).

Com a implantação da República, em 1910, é rebatizado como Teatro República. Em 1914, na noite de 12 para 13 de setembro, um incêndio destrói praticamente todo o edifício. Como memória da tragédia, está ainda agora, sobre o palco da sala principal, a imagem daquele a que hoje se chama Santo Amianto, um adereço da peça em cena na altura que, diz-se, foi o único objeto salvo do incêndio.

Com um projeto de arquitetura de Tertuliano Lacerda Marques, o Teatro reabre dois anos depois, com a peça Os Postiços, de Eduardo Schwalbach, uma estreia que contou com a presença do Presidente da República, Bernardino Machado. Em 1917, passa a pertencer aos herdeiros de um dos seus fundadores, António Ramos, e a família Ortigão Ramos adquire os terrenos à Casa de Bragança. É nesse ano que Amélia Rey Colaço se estreia neste Teatro e também que aqui acontece, em abril, a I Conferência Futurista que contou com a presença de Almada Negreiros e de Santa-Rita Pintor.

Em 1918, morre o Visconde de São Luiz de Braga, e em 14 de abril desse ano, em homenagem a este seu grande dinamizador, o Teatro passa a chamar-se Teatro São Luiz.

A 7 de abril de 1928, depois de várias sessões de cinema esporádicas e de por cá terem passado várias figuras como o realizador italiano Rino Lupo e o ator francês Max Linder, transforma-se permanentemente em Cinema, passando a chamar-se São Luiz Cine, com decoração de Leitão de Barros, e estreando em Portugal os mais importantes filmes da época. É aqui, por exemplo, que os portugueses veem, pela primeira vez, Metropolis, de Fritz Lang, acompanhado por uma orquestra dirigida pelo maestro Pedro Blanc que executa a partitura original escrita por Gottfried Huppertz. Em 1930, torna-se uma das primeiras salas a equipar-se para a “era do Cinema Sonoro”, estreando o filme Prémio de Beleza, de Augusto Genina. Também o primeiro filme sonoro português, A Severa, de Leitão de Barros, se estreia no São Luiz Cine, a 18 de junho de 1931.

Em maio de 1971, o edifício é adquirido pela Câmara Municipal de Lisboa, ganhando a designação Teatro Municipal São Luiz, mas mantendo-se inicialmente como cinema. Aqui funciona um desdobramento da companhia do Teatro Nacional D. Maria II e se dá espaço a uma nova companhia residente, encabeçada por Eunice Muñoz e dirigida por Luiz Francisco Rebello. E por cá passam depois muitas peças de teatro.

Feita uma cedência de espaço, a Companhia Teatral do Chiado ocupa uma das salas a partir de 1991, batizando-a de Teatro-Estúdio Mário Viegas. Em 1999, o Teatro é sujeito a uma intervenção de grandes dimensões na zona do palco, camarins, plateia e zona de público, bem como de restauro.

Desde a sua reabertura, a 30 de novembro de 2002, o São Luiz Teatro Municipal assume como missão a entrega à cidade de um Teatro vivo, com público, enérgico, com centenas de sessões por temporada, por vezes em três apresentações diárias entre a Sala Luis Miguel Cintra, a Sala Bernardo Sassetti e a Sala Mário Viegas.