“Vislumbra-se a vela, ao longe, nesse mar de prata e desassossego. Cresce a ansiedade da viagem, ouvem-se os primeiros cantos do cavaquinho. Chora de alegria e festa, de sonho e emoções renovadas. A guitarra, a bordo, responde, no seu tom alegre e triste, de varina apregoadeira, com cheiro a vielas da madragoa. Eis que chega um violão. Pelo bordão se percebe que tem sabor a trópicos. Mas logo se junta o seu irmão europeu, mais a compasso e firme. Mãos cumprimentam-se em abraços e juntam-se em percussão. Adivinham-se as primeiras vozes, em suspiros e sussurros, afogueando a vontade de expressar alegria e dor, guerras e amor. Entre mornas e fados viaja esta lusofonia, transportando-nos a alma e o coração por oceanos e povos distantes. Como um eco das nossas emoções.” António Gonçalves Pereira
A cantora cabo-verdiana convida vários artistas para uma apaixonante viagem entre as mornas quentes e o fado intimista, estilos de raízes entrelaçadas e alma comum.