O novo trabalho de Cristina Branco, Não há só Tangos em Paris, que aqui se apresenta em concerto, surge de uma melodia insistente e de uma ideia fixa, macerados em digressão: “A flor vermelha no cabelo cor de azeviche de Amália não me sai do pensamento… a milonga, o bolero, ou os tangos que vinham dos crioulos. O recorte do bandoneon daquela menina sentada no passeio em La Boca e os olhos dela grandes e verdes, um sorriso de Gioconda púbere.” Os ritmos quentes da América do Sul cruzam-se com o fado neste trabalho e “… num universo de velhos guardiões, surgem com génio, poemas de Manuela de Freitas, António Lobo Antunes, Vasco Graça Moura, Carlos Tê, Miguel Farias, e a música que se escuta é de João Paulo Esteves da Silva, Mário Laginha, Pedro Moreira, Pedro Silva Martins, entre outros.”