Texto central na obra de Strindberg, Dança da Morte é inexplicavelmente uma das peças do seu repertório menos representadas em Portugal. Um retrato diabólico e desolado da vida claustrofóbica de um casal isolado do mundo, estruturado quase como um combate de boxe em vários rounds sem qualquer perspectiva de salvação, esta obra de uma absoluta modernidade constitui a matriz para muitos dos textos mais importantes da dramaturgia contemporânea.
Num espaço cénico claustrofóbico, intemporal e de geografia indefinida, a presente encenação deste texto irá confrontar então dois actores de gerações distintas, Miguel Guilherme e Isabel Abreu, numa releitura intensamente realista e psicológica deste drama burguês sobre o esvaziamento de objectivos, o cansaço e a procura de culpabilização do outro pelas escolhas e falhanços individuais.