“Quando o português chegou / Debaixo de uma bruta chuva / Vestiu o índio. Que pena! / Fosse uma manhã de sol / O índio tinha despido o português.” Osvaldo de Andrade
São caminhos que se cruzam ou que avançam lado a lado, que se sobrepõem, que se desenrolam, que abrem passagem, que condicionam como passadeiras, que rasgam a paisagem ou que simplesmente ligam dois pontos – como aqueles que podem ir de mim para o outro – abrindo assim outras tantas novas pontes de um remoto entendimento. Ao longo das gerações sempre estivemos sujeitos à erosão de umas tantas quezílias e de outras tantas lutas; ficaram as memórias e os afectos de outros cheiros, de outras cores. Ainda bem que não somos puros porque seríamos decadentes, e porque é nesta impureza que reside – e assim resiste – a nossa identidade como povo.