Dando-nos o prazer de um teatro visionário, espécie de literatura em viagem pelas possibilidades plásticas e cenográficas propostas pelas suas sempre inesperadas máquinas de cena, O Bando retoma Saramago e a poderosa metáfora de uma península que se separa do continente e empreende uma viagem em busca de outro sentido.
«Todos nós jangadas partindo ainda sem saber para onde, largando amarras dos vícios, das dores, dos sistemas antigos e caducos. Todos nós procurando a diferença, a identidade, a soberania. Todos nós partindo para o mar e vendo ao longe esse rochedo fragmentado, essa Europa dividida entre tantos centros e outras tantas periferias. Todos nós caminhando, ouvindo cânticos ancestrais de uma ibéria feita de mil povos cruzados. Todos nós de costas voltadas, voltados de costas uns para os outros, perguntando às populações, aos amigos, aos viajantes: para onde vamos?» Teatro O Bando