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Moby Dick

de Herman Melville
© José Frade
Este evento já decorreu
Datas e Horários

Quinta e Sexta às 21h00
Sábado às 16h30 e 21h00
Sessões para Escolas – Quartas às 11h00 e 14h30

Local

Sala Principal

Descrição

É quase tão difícil falar em poucas páginas de uma obra que tem a dimensão tumultuosa dos oceanos em que nasceu quanto resumir a Bíblia ou condensar Shakespeare.

Albert Camus, Herman Melville

 

Uma baleia, um capitão, um navio, alguns marinheiros e o mar. A Herman Melville bastaram estes simples elementos para compor o complexo rendilhado de Moby Dick e construir uma saga capaz de resumir em si o fluxo da vida em toda a sua grandiosidade.

No seu livro, Melville conduz o leitor pelos caminhos da aventura, da ciência, do misticismo, da história e até do humor, para depois desenhar à frente dos seus olhos o quadro maior da existência do Homem.

Também neste espectáculo, com texto adaptado a partir do original do autor, se percorrem os mesmos caminhos de Melville. A partir dos mesmos crus e simples elementos – a baleia, o capitão, o navio, alguns marinheiros e o mar – transporta-se o público numa grandiosa aventura pelos oceanos, que mais não é do que uma viagem pela própria condição humana.

Mas visto que é no abandono da terra que reside a suprema e ilimitada verdade – tão ilimitada como o próprio Deus – é portanto preferível morrer nesse infinito tempestuoso do que ser ignominiosamente lançado sobre a costa a barlavento, mesmo que isso represente a salvação! Porque, aquele que se arrasta sobre a terra, procede como um verme. Horror dos horrores! Terá sido Vã toda esta agonia? Coragem, coragem Bulkington! Endurece o teu coração, semideus! Da espuma da tua morte no mar – ergue-se verticalmente a tua apoteose.

Herman Melville, Moby Dick

 

 

ISMAEL, narrador e principal testemunha desta história, é um homem cansado da existência terrena. Para evitar ter de pôr termo à própria vida, decide embarcar no navio baleeiro PEQUOD e trabalhar na caça ao cachalote – uma espécie gigantesca de baleia, muito valiosa pelo seu óleo. Junta-se assim a um grupo singular de homens, marinheiros de natureza selvagem, que (tal com o ele) só no mar conseguem encontrar verdadeira terra firme.

Ao contrário do resto da tripulação, que embarca por dinheiro ou aventura, o capitão do PEQUOD é o único que se faz ao mar com uma missão muito precisa: reencontrar Moby Dick, a baleia que lhe roubou a perna, e arrancar-lhe a vida. AHAB é mais do que um homem movido pelo desejo de vingança. A caçada é a sua própria existência, o seu único sentido. E, tal como o rei bíblico que lhe deu nome, comanda o seu navio como quem guia um povo em direcção ao Mal.

Até ao momento definitivo do encontro com Moby Dick, várias tramas paralelas se desenvolvem. Os marinheiros do Pequod interagem com outros navios em alto mar, bebem, diverte-se… A narrativa como que é interrompida para breves entremezes onde se discorre sobre a filosofia das baleias, as técnicas de caça, a vida o mar e, enfim, absolutamente qualquer outro tópico imaginável que se possa relacionar de alguma forma com o assunto “baleia”.

Ao longo da viagem e por toda a parte há presságios do destino final destes homens. Os navios que o PEQUOD vai encontrando fornecem pistas de uma grande tragédia que está para acontecer. Mas, apesar dos sinais – e dos avisos de Starbuck, o imediato, único homem a bordo ainda ligado às coisas terrenas -, os homens do PEQUOD não se detêm, deixando-se, em vez disso, contaminar pela obsessão do capitão. Deixam-se arrastar para a boca do Mal, não porque caídos em tentação ou desviados do seguro caminho, mas por ser essa a verdadeira essência da sua natureza.

Quando, finalmente, o PEQUOD se cruza com a baleia, cumpre-se mais do que a vingança de AHAB, cumpre-se todo o destino da humanidade. E a baleia que é branca, mais não faz do que reflectir a intrínseca negrura do Homem.

 

Ficha Técnica

Texto Herman Melville Adaptação Maria João Cruz Encenação António Pires Cenografia João Mendes Ribeiro Figurinos Luís Mesquita Música Paulo Abelho e João Eleutério Documentário João Botelho Interpretação Maria Rueff, Miguel Guilherme, Ricardo Aibéo, Rui Morisson, Miguel Borges, Graciano Dias, Milton Lopes, João Barbosa Produtor Alexandre Oliveira Directora de Produção Ana Bordalo Coordenadora de Produção Solange Santos

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