As mudanças climáticas estão a transformar o planeta Terra num deserto, onde o mais rico será o que detém a maior quantidade de água. O que aconteceria se o avarento apresentado no espectáculo desse um salto ao futuro e monopolizasse a água em vez de dinheiro? Depois de ver este espectáculo vai lavar as mãos com outros olhos…
O teatro de objectos pressupõe um olhar diferente sobre o mundo que nos rodeia, um convite para perceber em cada objecto as marcas da humanidade que o criou. É esta dimensão humana dos objectos que este espectáculo nos quer revelar. Nesta adaptação de O Avarento, de Molière, já não é o dinheiro que é o motivo de cobiça, mas a água. Os protagonistas desta comédia visionária não podiam ser senão torneiras, canos, tubos, mangueiras e recipientes de vários tipos. Doze personagens, manipuladas à vista por dois actores, interpretam esta versão atípica e divertida deste grande clássico. Imprescindível!
“A avareza define Harpagão, usurário e especulador, sem amigos, ninguém o estima. O seu desejo por Marina, uma jovem encantadora com quem se quer casar, apesar da sua pobreza, vai torna-lo ainda mais desprezível e patético para a sua família. Sobretudo quando descobre que a sua pretendida já está comprometida com o seu filho Cleanto. Mas tudo passa para segundo plano quando o velho Harpagão se apercebe que alguém lhe roubou a caixa com todo o seu dinheiro. E o principal suspeito é Valério, um jovem criado que entrou ao seu serviço para conquistar secretamente Elisa, a jovem filha do velho avarento, que quer casar com um nobre rico para obter um bom dote.
A comédia está servida. Ah, mas esperem, ainda não! Um pequeno detalhe: aqui, o ouro não tem nenhum valor, porque todas as personagens são torneiras, tubos, mangueiras e outros objectos ligados geralmente à água, e a riqueza pela qual Harpagão anseia de forma doentia, é a água…
Desejamos a todos um bom mergulho!”