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O NOSSO FUTURO AINDA HUMANO | CODE\CANVAS

Apresentação de projetos e trabalhos de artistas que operam na interseção entre arte, ciência e tecnologia
Curadoria Carlos Pimenta
Datas e Horários

28, 29, 30 novembro e 1, 5, 7, 8 dezembro
quinta a domingo, 18h

 

Espaço DuplaCena 77
Rua Regueirão dos Anjos 77-A

Local

São Luiz Fora de Portas: Espaço DuplaCena 77

Duração

2h

Preço

Entrada livre sujeita à lotação do espaço

Descrição

O Nosso Futuro Ainda Humano pretende constituir-se como um espaço de reflexão sobre os grandes temas do nosso futuro próximo, considerando o impacto que as tecnologias têm na sociedade, com especial destaque para o que se verifica no terreno das artes, cultura e conhecimento. A crescente virtualização do mundo e da experiência, no contexto de um certo determinismo tecnológico, tem transformado a nossa perceção dos acontecimentos, fazendo com que nos reconheçamos cada vez mais numa simbiose homem-máquina, com os naturais conflitos de identidade e consequente apreensão relativamente a uma subalternização daquilo que é próprio do humano. Tal como a política, também a arte requer um entendimento ao longo do tempo. Hoje, assistimos a uma súbita explosão de experiências que decorrem quase em simultâneo. A nossa relação com o tempo alterou-se significativamente e enforma a nossa presença – ou ausência – num mundo de experiência mediada. Os recentes desenvolvimentos no que respeita à chamada Inteligência Artificial vieram acentuar a nossa preocupação de alteração radical das bases que determinam as nossas sociedades, assentes, sobretudo, numa perspetiva humanista.

Este Ciclo pretende ser um contributo para o conhecimento e análise destas questões, contando para isso com a participação de investigadores, filósofos, ensaístas, professores universitários e artistas, cuja comprovada especialização e experiência nas diversas áreas temáticas permitirão a abordagem às mesmas numa perspetiva fundamentada.

 

28 novembro, 18h
Fundação Champalimaud | The Warehouse | Bridges to the unknown – crossing art with science

Conversa com o grupo Immersive AI Systems e os artistas Sofia Dias e Vítor Roriz.

O grupo Immersive AI Systems irá falar sobre Altered Reflections, um projeto que reflete sobre a identidade em tempos de rápida transformação tecnológica. Neste trabalho, um ecrã similar a um espelho reflete o rosto do espectador em tempo real, mas com transformações subtis, esbatendo as fronteiras de género, etnia e idade, convidando o público a refletir sobre a fluidez da identidade, fundindo tecnologia e introspeção.
O grupo Immersive AI Systems integra o The Warehouse, futuro Centro de Terapêuticas Digitais da Fundação Champalimaud, e o trabalho Altered Reflections foi apresentado no ciclo Metamersion, organizado pela iniciativa cultural Bridges to the Unknown.

Os coreógrafos Sofia Dias e Vítor Roriz irão falar sobre o trabalho All Around You, desenvolvido na residência de arte e ciência da Fundação Champalimaud, no âmbito da iniciativa Bridges to the unknown. All Around You explora a questão de como transpor princípios de realidade virtual, IA e imersão para a coreografia, sem o uso dos aparatos tecnológicos. É uma performance que se baseia no corpo, na voz e em ações simples para criar uma experiência imersiva.

 

29 novembro, 18h
ZABRA

Tecnoestética e a Expansão Pós-Humana.

Esta apresentação explora a fusão entre arte, tecnologia e ciência como uma ferramenta de aceleração cultural e transformação social. Ao interligar disciplinas e desfazer barreiras ontológicas, abordaremos como a intersecção da tecnoestética e da ecologia pós-humana permite uma evolução mais que humana. Através do diálogo interespécies e da criação de um ecossistema de conhecimento integrado, investigamos como essa abordagem não só redefine a estética contemporânea, mas também abre caminho para novos modos de existir e compreender a própria realidade, expandindo o acesso e o impacto do conhecimento além dos limites humanos.

ZABRA – Centro de Investigação de Arte Pós-Humana, com direção de Carincur e João Pedro Fonseca, desenvolve investigação na área das artes computacionais expandidas onde os computadores desempenham um papel crucial na produção ou representação de obras de arte e os seus efeitos no futuro da sociedade. A partir de uma abordagem transdisciplinar e um diálogo interespécies, o centro explora a pós-natureza para a criação contemporânea e incentiva cada artista investigador a desenvolver a sua própria interpretação da arte, tecnologia e ciência, para transformá-la exploratoriamente e aprofundar terrenos desconhecidos. A questão da investigação individual de cada membro do centro constitui a base do conceito da ZABRA. Ao combinar tecnologias inovadoras com uma mentalidade social e artística, é construída uma rede e uma comunidade que contribui para uma maior democratização ao acesso artístico, tecnológico e científico. Ao explorar esta intersecção entre a arte, a tecnologia e ciência, a nossa prática abrange áreas como a inteligência artificial, realidades virtuais e aumentadas, habitats híbridos, performance e instalações interativas. Os nossos projetos têm sido apresentados em diversos espaços e programas tais como MODALISBOA, Sónar, Fundação Champalimaud, Ciência Viva – Pavilhão do Conhecimento, FUTURAMA, NOVA FCT, LUX Frágil entre outros.

 

30 novembro, 18h
Jonas Runa

REUNION XXIV: Poéticas do Aleatório.

Nesta performance sonoluminescente concebida por Jonas Runa, tal como no livro Alice do outro lado do espelho de Lewis Carroll, a estrutura da obra de arte baseia-se nas jogadas de uma partida de xadrez. Os movimentos das peças ativam/transformam composições de som e luz, enquanto os adversários conversam livremente. O resultado artístico, onde o acaso tem um papel fundamental, consiste numa simultaneidade considerável de estímulos lumínicos e sonoros que interrompe e frequentemente impede, intencionalmente, a compreensão do discurso dos jogadores.

Investigador e artista, com trabalho no campo da new media art, performance e multimédia, esculturas sonoras, light art, instalação interativa, improvisação e composição musical e dança contemporânea. Professor Associado na Universidade Lusófona, onde exerce os cargos de diretor da Licenciatura em Ciência e Tecnologia do Som e do Mestrado em Produção e Tecnologias do Som. Fundou com Jorge Lima Barreto o duo ZUL ZELUB, em 2007, para piano e música electrónica de arte. O seu trabalho artístico foi apresentado no Guggenheim Bilbao, 55ª e 56ª Bienal de Veneza e Fundação Logos, entre outros.

 

1 dezembro, 18h
Anna Titovets

Revelando a realidade, colidindo com o irreal. Arte, tecnologia e ciência.
Palestra da artista/curadora Anna Titovets [Intektra].

Vivemos numa era de tecnologias em rápida mudança e a capacidade humana de compreender as possibilidades das tecnologias inventadas por vezes não é suficiente. As tecnologias nunca são neutras, e a abordagem artística crítica, especulativa ou mesmo irónica permite realçar ou prever o impacto potencial das mudanças tecnológicas em diferentes aspectos da sociedade e do ser humano. Na sua palestra, Anna Titovets apresentará uma seleção das suas estratégias artísticas e curatoriais e de investigação no domínio onde convergem ciência, arte e sociedade. Dará especial ênfase à antropologia digital e apresentará alguns dos seus projetos recentes, que refletem diferentes aspectos das abordagens artísticas e curatoriais aos temas da proteção de dados, sociedade da informação, imigração digital e futuros tecnológicos especulativos.

Anna Titovets [Intektra] é uma artista multidisciplinar, curadora e investigadora na interseção entre arte, tecnologia e sociedade. Com foco na cultura digital, tecnoantropologia e ativismo mediático, a prática de Anna abrange vários meios e formatos. O seu trabalho tem sido apresentado em festivais e espaços de exposição na Europa e na Rússia. Anna é criadora do conceito Museu de Criptografia e também curadora. Apaixonada pela curadoria de festivais de arte e tecnologia, fundou o Plums Fest e colaborou com muitos outros, incluindo o Ars Electronica. intektra.net

 

5 dezembro, 18h
Raquel Castro

Arte sonora e Futuros Urbanos Sustentáveis.

A arte sonora emerge como uma prática transformadora com o poder de reconfigurar a experiência urbana, promovendo uma abordagem sensorial e crítica que liga arte, ecologia e cidadania. Iniciativas como o festival Lisboa Soa exemplificam essa convergência, reunindo artistas e comunidades em atividades que incentivam a escuta consciente e a participação ativa. Técnicas como a sonificação — que converte dados, como os níveis de poluição, em paisagens sonoras — permitem a tradução de fenómenos invisíveis e inaudíveis em experiências auditivas, proporcionando uma visão renovada dos processos ambientais e, ao mesmo tempo, valorizando a dimensão sensorial na vida da cidade. Esta palestra analisa o impacto da arte sonora no espaço público, explorando a forma como o som e a tecnologia transformam a vivência urbana. A arte sonora atua, assim, como uma ponte entre a experiência estética, a responsabilidade ambiental e o compromisso cívico, convidando a imaginar cidades mais inclusivas e sustentáveis.

Raquel Castro é investigadora, realizadora e curadora de arte sonora. Fundadora e diretora do festival Lisboa Soa e do simpósio internacional Invisible Places, é doutorada em Comunicação e Artes pela FCSH-UNL e investigadora integrada do CICANT/Universidade Lusófona, onde é docente na licenciatura em Ciências e Tecnologias do Som. Realizou documentários como Soundwalkers (2008) e SOA (2020), onde entrevistas, arte e ambientes sonoros se combinam para alargar a consciência sobre som. Foi curadora do ciclo de exposições Sound Art in Public Spaces, apresentado nos seguintes contextos: Wilde Westen (Bélgica), November Music (Países Baixos), Spor Festival (Dinamarca), Onassis Stegi (Grécia) e Ultima Olso (Noruega). Fundadora da associação cultural Sonora, cria e produz projetos transdisciplinares no cruzamento entre arte, ciência, ecologia e som. Castro é atualmente Presidente do Conselho Executivo do World Forum for Acoustic Ecology.

 

7 dezembro, 18h
Rodrigo Gomes

Espaço Latente: Quão Longe é Longe?

No mundo da fotografia computacional, as imagens transcendem a sua mera representação visual. Elas são resultado de um espaço latente, onde memórias artificiais se diluem no que definimos como representação. Este espaço desafia as nossas concepções tradicionais de tempo e realidade, artista e criação, humano e não humano. Sob o título Espaço Latente: Quão Longe é Longe?, Rodrigo Gomes fala-nos das fronteiras da perceção visual e as suas implicações numa realidade moldada pela interação entre homem e a máquina.

Faro, 1991. Rodrigo Gomes é artista e docente. Vive e trabalha em Lisboa. Através da escultura e do uso de novos media, o seu trabalho artístico centra-se na forma como as técnicas contemporâneas e as hipertecnologias mediais filtram realidade e influenciam aspetos socioeconómicos no mundo. Expôs em diversos países, tais como: China, Sérvia, Grécia, Itália, EUA, Polónia, França e Portugal. Em 2021, ganhou o prémio D-Normal / V-Essay Floating Points em Hong Kong (CH), em 2020 o Prémio Black Raven (PT) e em 2017 o Prémio Sonae Media Art (PT).

 

8 dezembro, 18h
Rudolfo Quintas

Porquê, o quê, onde e como: explorando a interseção entre arte, ciência e tecnologia.

Nesta masterclass, Quintas irá explorar como a intersecção entre arte, ciência e tecnologia lhe permite examinar e expressar as relações entre cultura e tecnologia nas dimensões sociais, políticas, fisiológicas e emocionais.

Rudolfo Quintas é um artista visual português que trabalha na intersecção entre arte, código e computação. Cria instalações audiovisuais, pinturas, esculturas e performances, empregando técnicas interativas, generativas e de inteligência artificial. Os seus projetos foram reconhecidos com prémios nacionais e internacionais e amplamente exibidos nos últimos 20 anos. www.rudolfoquintas.com

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