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RADIO NO FREQUENCY | INFINI #5 | TRANSOBJETO

ZINA ZAROUR (PALESTINA) RIMAH JABR & DECORATELIER JOZEF WOUTERS (PALESTINA/BÉLGICA) WAGNER SCHWARTZ (BRASIL)
Alkantara Festival
Este evento já decorreu
Datas e Horários

Sábado e domingo, 21h

Local

Sala Bernardo Sassetti, Sala Luis Miguel Cintra e Sala Mário Viegas

Duração

aprox. 70 min

Preço

€15 (com descontos €5 a €10,50; bilhete único para sessão tripla)

Classificação

A classificar pela CCE

Descrição

Radio No Frequency
Zina Zarour [PS]

Em árabe, dona taraddod tanto pode querer dizer “sem hesitação” como “sem frequência”. Nos seus dois anos de existência como programa de rádio online gerido por voluntários, Radio No Frequency deu que falar na comunidade palestiniana e para além dela, com o seu humor mordaz e afirmações provocadoras.

As forças motrizes por trás de Radio No Frequency são Zina Zarour, Lama Rabah, Faris Shomali e Henna al-Hajj Hasan que partilham uma visão crítica sobre a Palestina e a sua cobertura nos média. Nesta versão ao vivo do programa de rádio mensal discutem assuntos como autoridade, censura, classe, género, o papel dos media e da arte. Esta forma teatral singular fornece uma rara compreensão dos debates no interior da sociedade palestiniana e entre os seus jovens.

Infini #5
Rimah Jabr [PS] & Decoratelier Jozef Wouters [BE]

Querida Rimah,
Como se calhar não vamos ter tempo de falar (sobre arte) hoje à noite, decidi escrever-te uma carta. Gostava de te fazer as perguntas que me ocorreram ao pensar sobre túneis e infinitude ? os dois tópicos que recordo da nossa breve conversa no Decoratelier, em Bruxelas. Tenho curiosidade de saber porque é que o espaço do túnel é importante para ti. Porque é que os túneis se transformam num ambiente para uma história, como a que me contaste, sobre pessoas que se sentem encurraladas?
Jozef Wouters, Nablus, 14 de agosto

O cenógrafo Jozef Wouters, estabelecido em Bruxelas, escreveu uma carta à dramaturga e encenadora Rimah Jabr (cocriadora de Uma canção para ouvir-te chegar de Sofia Dinger. Que tipo de espaço ou paisagem ela gostaria que fosse representado em palco? A correspondência entre eles começou com fotografias dos túneis por baixo do muro de Gaza. O cenário construído, em combinação com uma carta de Jabr, produz uma perspetiva incisiva e imaginativa sobre uma situação que só pode ser expressa no seu absurdo.

Transobjeto
Wagner Schwartz [BR]

Um homem-cartaz entra em cena, fica nu, transforma-se em animal, artista e modelo, canta, bebe, dança e fuma um cigarro. Se esta história fosse um poema, seria modernista; se fosse um espetáculo, seria ativista; se fosse música, seria tropicalista; e se a história fosse verdade, o homem estaria à solta pelas ruas do Brasil.

Em 2004, o coreógrafo Wagner Schwartz criou Wagner Ribot PinaMiranda Xavier Le Schwartz Transobjeto, o espetáculo que remontaria como Transobjeto dez anos depois. Viajando através de numerosas referências do movimento tropicalista dos anos 70, investiga, de modo explícito mas delicado, a forma como as afirmações libertadoras do Tropicalismo continuam a ser relevantes à luz dos atuais acontecimentos no Brasil – ou, aliás, no mundo. Wagner especula as inúmeras possibilidades que a partícula “trans” pode gerar em combinação com diferentes objetos, sugerindo a transformação, a transexualidade, a transgressão, a transmídia, a transdisciplinaridade, o transbordamento, a transposição, o transpassar e etc., ao fazer uso de referências tão claras e tão inteligentemente combinadas entre si. Embora haja humor em um trabalho que retoma um movimento de ruptura como foi o Tropicalismo, o contexto tenebroso de repressão vinculado ao Golpe Militar de 1964 da história do Brasil está inevitavelmente atrelado ao enredo e, nesse sentido, Transobjeto, de Schwartz, consolida-se como uma obra completamente atual, pois assistimos hoje a um enorme retrocesso no cenário político brasileiro que acaba por nos direcionar a essa época em que a metáfora era estratégia quase obrigatória para as(os) artistas driblarem a censura.

 

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