Saltar para o conteúdo principal Mapa do Website Ajuda de navegação e acessibilidade Web

Corpos Celestes

Beatriz Batarda
©Rita Quelhas
Este evento já decorreu
Datas e Horários

11 a 15, 21 e 22 abril
terça a sábado, 17h30 às 22h30

Local

Sala Bernardo Sassetti

Preço

Entrada livre sujeita à lotação da sala. Bilhetes disponíveis no próprio dia na bilheteira do Teatro a partir das 15h.

Descrição

FOLHA DE SALA

Aprendemos desde cedo a ler o mundo à nossa volta, começando nos corpos dos nossos pais, seguindo-se os códigos sociais, os sinais de ameaças e por aí afora; mesmo quando os sinais nos parecem ambíguos e contraditórios, procuramos interpretá-los e atribuir-lhes uma narrativa que nos console de alguma maneira. Mas a leitura que fazemos do mundo, nem sempre corresponde à verdade de quem vive os acontecimentos.

Porque seremos nós dominados pela necessidade de criar narrativas que justifiquem o indivíduo ou o coletivo, e até o lugar que a espécie humana ocupa entre as restantes espécies? Talvez seja essa, afinal, a característica que nos diferencia de forma inequívoca dos restantes animais. A civilização da nossa espécie concretizou-se através de narrativas que refletem crenças, ideologias, memórias, interrogações. Nesse impulso, expressamos aquilo que nos move – ou inquieta – recorrendo à comunicação pelas imagens, pelo movimento e pelo som. Ao longo do processo evolutivo, desenvolveram-se competências na comunicação através da literatura, da dança, do teatro, da música, das artes plásticas, do cinema e de outros meios audiovisuais, e mais recentemente, com a revolução tecnológica, desenvolvemos canais de comunicação que nos oferecem um retorno ainda mais imediato sobre quem somos.

Se é verdade que a construção de narrativas nos oferece uma sensação de segurança, também é justo dizer que é necessário continuar a fazer perguntas.
Que narrativas estamos nós a construir, afinal?

Corpos Celestes é uma instalação vídeo em 5 janelas, que resulta de uma pesquisa conduzida por Beatriz Batarda, a propósito da natureza da geração pós-millennial, e que muitos entendem ser a geração protagonista da Grande Mudança que se anuncia.

 


 

Ainda em 2019, dá-se início ao registo de conversas informais entre Beatriz Batarda e outros professores do ensino artístico. Em Setembro de 2021, reúne-se em Avis o primeiro grupo de trabalho, seguindo-se outros quatro encontros, onde mais de 40 jovens artistas e intérpretes de diferentes origens e percursos exploraram a ideia de “leitura dos acontecimentos”. A partir da recolha de testemunhos das suas experiências na educação nas áreas de Teatro, Cinema, Música,  Artes Plásticas e Dança, desenham-se as linhas narrativas que se encontram num momento cronológico comum: o momento após o término dos estudos artísticos e antes de atingirem a realização profissional. Ao cruzar ficção e realidade, gerou-se um diálogo ativo que obrigou os participantes a estruturar o pensamento sobre a tensão entre as pressões vindas do exterior e as motivações mais íntimas. Nestas janelas indiscretas, vemos como um exercício teatral pode abrir o debate profundo sobre os temas trabalhosos que se abatem sobre a geração Z, tais como a opressão da identidade pela imagem, o lugar da liberdade na arte, as exigências do mercado, a relação da sociedade contemporânea com o significado, e o que resta da verdade no impulso criativo.

 


 

1. Nesta montagem sonora, ouvem-se vozes de professores-artistas enquanto se relacionam com a sua própria história, e lemos o resultado da escolha de algumas das palavras que chegam aos alunos como armas. No final das contas, um/uma professor/a é aquele/a que ama fazendo perguntas.

Com: António Durães (voz), Artur Pizarro (voz), Beatriz Batarda (voz), Marco Mendonça (voz) , Maria Romana (voz), Nuno Nunes (voz) e Olga Roriz (voz). 

 


 

2. O olhar por detrás da câmera deixa um corpo inquieto. O corpo pensa e organiza as ideias em silêncio, sozinho ou a dois – em espelho. Quando pensamos em silêncio, parecemos mais próximos de nós mesmos; e quando nos organizamos a partir do uso das palavras, parece que nos aproximamos da idealização de quem somos. Um grupo de jovens deseja uma escola que seja para todos e onde todos possam aprender a pensar. Desejam a revolução.

Com: Djucu Dabó, Bruna Lima, Guilherme Félix, Catarina Campos Costa, Laura Mendonça, Pedro Russo, Constança Villaverde Rosado, Francisca Neves, Joana Bernardo, Maria Ribeiro Torres, Mariana Lobo Vaz, Leandro Paulin, André Simões, Maria Romana, Susana Luz, Guilherme Pelote, Leonor Alecrim, Gonçalo Ribeiro, João Pires, João Raposo Nunes, André Marques, Joana Pialgata, Íris Runa, Beatriz Batarda (voz)

 


 

3. “Eu pertenço à geração Z”. Uma e outra pessoa projetam-se intelectualmente nas forças contraditórias da sua contemporaneidade. Uma voz que representa a escola, orienta e diz-lhes: Tu és o Corpo. Escuta, respira, avalia e decide para, então, agir.

Com: Sara Marita, José Paulo Ribeiro, Rui Silva, Miguel Amorim, Diana Sousa Lara, José Miguel Dias, Tomás Seruca Bravo, Francisca Sarmento, Filipe Lopes, Mafalda Pereira, Andreia Valles, Mariana Cardoso, Inês Filipe, Gonçalo Braga, Jéssica Brandão, Luísa Guerra, Bruna Lima, Leonor Alecrim, Gonçalo Ribeiro, Beatriz Gonçalves, Djucu Dabó, Guilherme Félix, André Simões, Leandro Paulin, Laura Mendonça, Susana Luz, Leandro Paulin, Maria Romana, Beatriz Batarda (voz)

 


 

4. “Eu sou o que faço da minha história”. A partir de segredos e conflitos fantasiados, esboçam-se linhas de narrativas de ficção que se cruzam num lugar imaginário de esperança. Transformam o trauma individual numa força coletiva.

Com: André Simões, André Marques, Joana Pialgata, Bruna Lima, Inês Proença, Leonor Alecrim, Filipe Lopes, Jéssica Brandão, Rafael Carvalho, Rita Cabaço, Rita Vicente, Susana Luz, Gonçalo Ribeiro, Djucu Dabó, Leandro Paulin, Rita Vicente, Maria Romana, Beatriz Batarda, Cleo Diára (voz)

 


 

5. “Este corpo é meu/Este corpo é nosso”. Estes são os filhos que não são como os filhos, e que acreditam que serão livres depois de reescrever a verdade. Andam no encalço da tribo, pertencem a qualquer coisa maior que a ilusão e ressoam no vácuo que se escava para dentro. Pensam em sacrificar as suas vidas a fim de dar significado aos crimes cometidos.

Com: Beatriz Batarda, Constança Villaverde Rosado, João Pires, João Raposo Nunes, Joana Bernardo, Laura Mendonça, Maria Ribeiro Torres, Mariana Lobo Vaz, Guilherme Pelote, Pedro Russo, Guilherme Félix, Catarina Campos Costa, Íris Runa, Francisca Neves, Rita Cabaço, Rita Quelhas (voz), André Simões (voz), Joana Pialgata (voz), Binete Undonque (voz)

 


 

Projeto apoiado pela 

Ficha Técnica

TEXTOS CITADOS NOITE VIRTUOSA E FIEL e O FIEL PALADINO DA NOITE de Louise Glück // A NOITE ABRE MEUS OLHOS, UMA COISA A MENOS PARA ADORAR e ISTO É O MEU CORPO de José Tolentino Mendonça // PERÍCIA MÉDICO-LEGAL sobre a morte de Pier Paolo Pasolini  // C., CELESTE E A PRIMEIRA VIRTUDE de Beatriz Batarda Participantes André Marques, André Simões, Andreia Valles, António Durães, Artur Pizarro, Beatriz Batarda, Beatriz Gonçalves, Bruna Lima, Catarina Campos Costa, Constança Villaverde Rosado, Diana Sousa Lara, Djucu Dabó, Filipe Lopes, Francisca Neves, Francisca Sarmento, Gonçalo Braga, Gonçalo Ribeiro, Guilherme Félix, Guilherme Pelote, Inês Filipe, Inês Proença, Irís Runa, Jéssica Brandão, Joana Bernardo, Joana Pialgata, João Pires, João Raposo Nunes, José Miguel Dias, José Paulo Ribeiro, Laura Mendonça, Leandro Paulin, Leonor Alecrim, Luísa Guerra, Mafalda Pereira, Marco Mendonça, Maria Romana, Maria Ribeiro Torres, Mariana Cardoso, Mariana Lobo Vaz, Miguel Amorim, Nuno Nunes, Olga Roriz, Pedro Russo, Rafael Carvalho, Rita Cabaço, Rita Quelhas, Rita Vicente, Rui Silva, Sara Marita, Susana Luz, Tomás Seruca Bravo   Realização Beatriz Batarda Co-realização e Montagem Rita Quelhas Edição e Mistura de Som Miguel Martins e Miguel Diogo (Estúdio McFly) ESTAGIÁRIA DE MONTAGEM Gabriela Dias DIREÇÃO DE PRODUÇÃO Rita Faustino e Sofia Bernardo Produção executiva Beatriz Batarda, Mariana Dixe e Rita Quelhas Apoio Espaço do Tempo, Officina Mundi, Município de Avis, Teatro Oficina Agradecimentos Cleo Diára, Eduardo Batarda, Joana Villaverde, Rui Horta, Teatra (TNDMII) Coprodução Causas Comuns, Centro Cultural Vila Flor, Offkey Produções Artísticas, Teatro Viriato e São Luiz Teatro Municipal /// Causas Comuns é uma estrutura financiada pelo Governo de Portugal – Ministério da Cultura / Direção Geral das Artes e é membro da Performart – Associação para as Artes Performativas em Portugal

VEJA TAMBÉM

Saltar controlos de slides