A partir desta temporada, o Teatro São Luiz passa a assinalar, sempre que possível, datas comemorativas como o Dia Mundial do Teatro (27 de março), o Dia Mundial da Dança (29 de abril) e o Dia Mundial da Música (1 de outubro). Pela primeira vez, celebra-se nesta casa o Dia Mundial da Ópera a 25 de outubro, instituído em 2019 pela UNESCO, marcando a data de nascimento de Georges Bizet e de Johann Strauss II, dois vultos maiores do firmamento operático. Começando de forma simbólica, mas inequívoca, faz-se o lançamento do livro Callas e os Seus Duplos: Metamorfoses da Aura na Era Digital, de João Pedro Cachopo, uma edição da Sistema Solar/Documenta, que, quase meio século após a morte de Maria Callas (1923-1977), observa como o mito da cantora persiste. “Somando-se a exposições, documentários e biografias, multiplicam-se os projetos em que os novos meios desempenham um papel decisivo: um dueto virtual, um espetáculo holográfico, uma ópera-performance. Interessa-me o paradoxo que atravessa estes projetos: por um lado, o fascínio pela disseminação de cópias, avatares e duplos; por outro lado, a obsessão pelos valores do original: a autenticidade, a presença, a imediatez. Afinal, numa era marcada pelo triunfo da reprodutibilidade técnica, a aura sofre um declínio ou uma metamorfose? E o que nos diz a aceleração do mito de Callas, não apenas sobre a artista, mas também sobre nós e sobre o nosso tempo?”, interroga João Pedro Cachopo. A apresentação está a cargo de António Guerreiro e Catarina Molder.